terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Maquinista

Nos olhos do desejo,
não sou nem o maquinista,
e o trem ficou com a doçura do beijo.

Em sua beleza narcisista
sorrisos de caricatura,
em um carinho desgovernado
uma felicidade pura.

Seus olhos exaltados,
palavras arriscadas
medidas de medo e compaixão
malas e um trem de partida direto, sem retorno não.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Gotas

Não li Pessoa, nem De Assis
e Lispector é só mais um nome.
Meireles se tornou folhas sujas e velhas na estante.
De Andrade meu vizinho nunca leu e nem ouviu falar.

Caminhando pelas ruas me imagino em todos os amores de Fernando
Machado me encantou com suas loucuras e devaneios
E Clarice com toda sua "ucrâinidade brasileira" não me espetou com suas rosas e espinhos
Não foi sangue que desceu da minha mão ao ler Mário, mas foram as gotas de chuva que passaram pelo meu rosto misturando-se as pequenas gotas salgadas até a minha boca.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O delírio de um coração platônico

Em seus traços cimétricos,
minha boca se encha d´água,
me perco em seus olhares
e entro no mundo do delírio ao ver seu sorriso
Quando andas, nenhum outro passo me chama atenção como o seu
Torço todos os dias para escutar suas palavras e me deliciar ao som das notas da sua voz.
Papéis, processos, computadores e muita burocracia sugam minha coragem, então me vejo imóvel diante dos seus olhos.
E assim fica...
Mais um amor platônico em uma pratileira imaginaria.

Prato de Flores

Em momentos de agunia e uma grande impaciência,

as notícias chegam e amenizando o sofrimento diário.

Seja bem vinda criança de luz e amor,

criança de tantos pais e tantas mães

de todos os olhos e todos os corações que não a vê, mas a sente.

Venha e mostre o quanto tudo pode ser mais bonito e mais colorido,

venha envolvida em um prato de flores,

semente de amor e paz, tranqualidade e paciência,


sábado, 13 de dezembro de 2008

Palavras ao vento 3

Furacões e brisas

Escravo em uma prisão de carne
sinto que os dias se tornam mais curtos
e as memórias aumentam
palavras se tornam flechas
escacez de pensamentos

ainda por dizer o que penso
a dor é permanente
inútil aos olhos externos
que julgam e mal dizem pelas paredes
e me visto de palavras e letras
tortas
retas e oblíquas

veja, veja
o sol ainda nasce
e brilha nas vistas de quem mais dúvida
beije e abrace
é manhã de primavera
e os pássaros cantam
suco de laranja
torradas e queijos
e vendo os olhos daqueles que haveram de ser meus
toda a infelicidade vai embora
e me alegro de ti

Palavras ao vento 2

Vento de chuva

Noites frias sem vento
pedras caladas e mãos sem dedo,
vejo os olhos
a visão que não queria ter,
as verdades e os suplícios
rios de lágrima e papéis sem cor
me dexei fazer e distruir

de frente a toda essa "carniceria" de sangue ,
os corações ainda batem
por um amor ou dor
e as lágrimas ainda lavam todo sangue das mãos sem dedo.

Palavras ao vento 1

Sopro

Entre paredes e sorrisos,
escutasse o sussurro das trombetas
e o "clim" dos pratos e copos
deitado em minha cama de terno e gravata
me sinto imóvel a qualquer palavra
um banquete me espera
convidados e mulheres de brincos caros
mas só aquele olhar cheio de luz me incomoda

em uma manhã qualquer
o sol raiava
e a lua ainda no céu aproveitandosse da pouca luz do sol
pouca luz essa que já havia acordado o mais esperto dos galos
imóvel em minha cama
escutei os convidados irem embora
vi o brilho dos brincos caros refletirem na minha janela anunciando o fim da festa
derrepente na janela do jardim escutei,
o mais belo dos casúlos abrir
e o primeiro bater das asas da borboleta
e o último sussurro das minhas trombetas.