terça-feira, 27 de julho de 2010

Paula, A "puta"

Por que a necessidade de dizer eu te amo vem de dentro do estômago?
Como se fosse algo a ser vomitado com carinho.
Porque a não correspondência desse tal amor é engolido como ácido?
Correndo a fala e derretendo a segurança.
Por que não é fácil para as pessoas serem companheiras umas com as outras?
Onde você pergunta ao acordar: Bom dia! Como vai?!
ou ao final do expediente: Como foi o seu dia?
Puta paulada pertinente permite persistir proposital putaria.
Que merda! Amar não é díficil!
Basta cuidar e permitir ser cuidado,
é atender e deixar ser atendido.
Alô? Quem fala?
Paula Pinheiro Puyol, puta por preferencia, parte poeira, parte propriedade.




(É tosco mesmo!!!)

sábado, 24 de julho de 2010

Réu

Juro que não prometo a mais,
prometo que direi a verdade,
mentirei se me perguntar se fui sincero,
omitirei com voz de juiz.
Seria eu o réu do seu julgamento?
Propriedades vazias de silêncio,
agudos, graves, importunos e atravessados olhares,
mãos cálidas esquentam a face com soberba crueldade,
vícios alargam bocas e diminuem suas vontades.
Do que adiantaria deixar tudo que conheço e não ser o que sou?
De tal brutalidade me sirvo todas as manhãs,
feridas constantes sangram como se nunca fossem fechar,
descançar os pés em uma pedra escutando a água descer por ela,
foi uma alusão do que acreditei que poderia viver
e mesmo assim sou o réu do seu julgamento.
Bebo do seu vinho e toco sua música no meu rádio,
desligo o mundo e crio um universo onde nós dois somos dois.
Sei que a conheço aqui dentro de mim,
suas poucas palavras e suas inúmeras expressões me livraram de tal dúvida,
permitir sentir ávido desejo,
engrossar a voz e gritar tais loucuras,
silenciar com os gestos,
escrever em um tronco um laço grosseiramente majestoso.
Geniais giros na ponta dos pés,
leves são os dedos ao se tocarem acima da cabeça,
um cheiro doce paira no ar
e me embreago com tal perfume.
Talvez me veja chegando com minhas botas sujas e minha camisa xadrez
ou talvez me veja ir descalço e de camiseta vermelha,
as palavras não vão deixar de ser apenas palavras,
mas sempre estarão marcadas com a obediência de algo pulsante.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Pele

Arranco minha pele,
me calo pra que não me ouça,
desfiguro meu rosto,
corto meus dedos fora,
tiro todos os pelos do corpo,
mudo de sangue,
mudo de vida,
mudo de cidade,
mudo de país e de mundo.
Tudo para que você não mais me reconheça,
tudo para que você não mais saiba quem sou.
Conto que não mais me encontre ou me esqueça,
não procuro o céu para não te encontrar refletida na lua
me visto de preto para caminhar pelas sombras sem ser visto.
Mas quando voltar,
terei pele nova e voz de veludo,
sangue novo e olhos só seu,
dedos onde o compromisso será seu e todo musical,
não mais mudarei de cidade, país ou mundo
viverei ao seu lado sem pestanejar
de cabelos longos, sorriso forte e palavras completas.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Amante / Chama

Amante

Me reserve duas linhas do seu tempo.
Vou escrever a nossa história e na segunda linha vou corrigir os erros.
Não vou deixar de dizer como seria bom ser seu amigo,
mas vou corrigir dizendo que seria bem melhor ser seu amante.
Nas manhãs de primavera onde a vida se mostra presente, vou lembrar dos seus olhos me desejando.
Nas tardes de outono quero sentir o calor do seu corpo através dos raios do sol e pela noite vou deixar que a lua me ilumine seus passos.
Então quando estiver em meus braços no dia seguinte de inverno, não precisarei me preocupar com o tempo.

Chama

Em seus abraços vive o meu amor,
além da curva dos seus seios morre meus desejos,
meus lábios em seus lábios úmidos,
minhas mãos em suas pernas de pelos arrepiados e todo esse calor que acende a chama de carinhos intermináveis.
Deslizo meu rosto do teu ventre até que meus olhos alcance os teus,
faço de um simples olhar o conexão de um eterno momento
e sem palavras minhas mãos dizem o quanto você é linda e o quanto reina em mim.