sexta-feira, 23 de julho de 2010

Pele

Arranco minha pele,
me calo pra que não me ouça,
desfiguro meu rosto,
corto meus dedos fora,
tiro todos os pelos do corpo,
mudo de sangue,
mudo de vida,
mudo de cidade,
mudo de país e de mundo.
Tudo para que você não mais me reconheça,
tudo para que você não mais saiba quem sou.
Conto que não mais me encontre ou me esqueça,
não procuro o céu para não te encontrar refletida na lua
me visto de preto para caminhar pelas sombras sem ser visto.
Mas quando voltar,
terei pele nova e voz de veludo,
sangue novo e olhos só seu,
dedos onde o compromisso será seu e todo musical,
não mais mudarei de cidade, país ou mundo
viverei ao seu lado sem pestanejar
de cabelos longos, sorriso forte e palavras completas.